02/04/2009

O Japão compra milhões de créditos de carbono à República Checa

O Japão vai comprar 40 milhões de créditos de carbono das quotas de emissão de CO2 que não foram utilizadas pela República Checa, nos termos de um contrato assinado ontem em Praga pelos responsáveis dos dois países.
“O preço negociado dos créditos é confidencial”, afirmou o ministro checo do Ambiente, após a cerimónia de assinatura. No entanto, fonte ouvida pela Reuters avançou que o Japão vai pagar a Praga 512 milhões de dólares (387 milhões de euros).
A República Checa deverá entregar metade das quotas em 2010 e a outra metade no ano seguinte e Praga deverá reunir este ano cerca de 361 milhões de euros em contratos semelhantes a este.
“Uma parte do dinheiro será destinada à transferência e utilização de tecnologias japonesas na República Checa”, explicou o director executivo da Organização japonesa para o Desenvolvimento de Tecnologia Industrial e Novas Energias, que assinou este acordo em nome do seu país.
Este acordo deverá ajudar o Japão a cumprir as reduções de emissões previstas pelo Protocolo de Quioto, sendo um complemento aos esforços nacionais. Já na semana passada, o Japão assinou um acordo semelhante com a Ucrânia, para comprar 30 milhões de créditos de emissão.
Há vários meses que o Japão tem vindo a preparar-se para comprar créditos a outros países, no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo previsto por Quioto. Muitos países do antigo Bloco Soviético têm créditos em excesso depois do colapso industrial nos anos 90 do século passado e alguns têm vindo a vendê-los aos países que não conseguem cumprir as suas obrigações no âmbito do Protocolo de Quioto.
O CO2 (dióxido de carbono) é um dos gases com efeito de estufa considerados a causa principal das alterações climáticas. O Protocolo de Quioto estipula compromissos de redução média de 5,2 por cento de emissões para 38 países industrializados, a níveis de 1990, até 2012.
O Japão é o quinto maior emissor mundial e, em Março de 2008, viu as suas emissões subirem para um recorde de 1,3 mil milhões de toneladas métricas de CO2 equivalente devido, em parte, à suspensão da sua maior central nuclear depois de um terramoto em Julho de 2007. O compromisso do Japão com Quioto é reduzir as emissões para uma média de 1,1 mil milhões de toneladas métricas de CO2 equivalente, até Março de 2013.
O primeiro-ministro japonês já anunciou um novo plano de relançamento económico para o país, que assenta em três sectores, um dos quais as tecnologias do Ambiente e a Energia. A economia japonesa vive actualmente a sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, abalada pela quebra das suas exportações por causa da queda da procura mundial 1.
Em suma, as ‘deficiência’ de redacção do protocolo de Quioto sempre vão permitindo estas ‘fugas’.

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