21/04/2009

"Os Verdes" no jantar de apoiantes da CDU



Intervenção de Álvaro Saraiva, membro da Comissão Executiva Nacional do Partido Ecologista "Os Verdes", no jantar dos apoiantes da CDU, no Pátio Alfacinha.
Caros Amigos e Companheiros
Gostaria em primeiro lugar, e em nome do Partido Ecologista “Os Verdes” de vos saudar a todos. Todos vós que ao associarem-se a esta iniciativa a valorizam e dignificam.
Sempre temos dito, mas nunca é demais voltar a afirmar o nosso compromisso o nosso empenho a nossa vontade de participar e de caminhar , com o PCP com a ID e os milhares de independentes, para a construção de uma verdadeira alternativa de esquerda às politicas de direita, que têm vindo a ser impostas pelo Partido Socialista.
A CDU é um espaço aberto onde gentes de boa vontade participam, todos com as suas mais variadas formas de estar, encontram-se sempre com o firme propósito de discutir, analisar e levar à prática a resolução de muitos problemas que afectam as populações e projectos que têm em vista a melhoria constante do quotidiano do nosso povo.
A CDU tem demonstrado, nos vários órgãos onde tem representação, com a sua postura de seriedade e responsabilidade que quer contribuir para uma sociedade mais digna, para um País ambientalmente sustentável, para uma Europa de solidariedade.
Amigos e companheiros
O caminho que tem sido seguido desde a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, tem-se pautado por um progressivo afastamento por parte dos organismos em relação aos seus cidadãos. Ao contrário do que os eurocratas nos querem fazer crer a construção europeia caminha a passos largos para o abismo. Os resultados são claros: é o agravamento dos desequilíbrios territoriais, é a submissão de politicas ambientais estruturantes às pressões do poder especulativo e económico com um único fim o do lucro fácil, é o aumento galopante do desemprego, o ataque aos direitos básicos do povo, como o direito ao trabalho à saúde e à justiça.
Aos portugueses importa definir se querem deputados subjugados à lógica do federalismo e a este modelo de construção europeia, ou se querem deputados que, conhecedores da realidade portuguesa, se debatam no Parlamento Europeu pela valorização das especificidades do nosso País e que tenham em conta aquelas que são as necessidades particulares do Povo Portguês.
É importante que os portugueses não se afastem de participar nas próximas eleições, pois é uma oportunidade de contestar as poíiticas que o governo está a tomar em Portugal, profundamente negativas para a vida dos cidadãos.
Passados 4 anos do início da governação socialista, bem longe da promessa de governar à esquerda, os portugueses manifestam um profundo desagrado ás politicas que têm sido aplicadas, porque se sentem enganados, prejudicados e fartos.
Não nos podemos esquecer, é importante relembrar, alertar, esclarecer.
Não foi este governo que prometeu não aumentar os impostos e que tanto criticou a direita pela obsessão do défice?
E que prometeu alterar o gravoso código trabalho de Bagão Félix? E que prometeu o referendo ao Tratado Europeu? E que prometeu 150 mil postos de trabalho?
É verdade foi este governo, dito socialista…
Que entretanto assumiu ele próprio a obsessão pelo défice, tomando o lugar da direita, que encetou uma escandalosa campanha contra os funcionários públicos culpando-os de todos os males, contra os professores responsabilizando-os pelo insucesso escolar, contra os agentes das forças de segurança, contra os juízes, contra os médicos e enfermeiros contra os sindicatos e os sindicalistas.
Foi este governo e o partido que o suporta que aumentou a idade de reforma.
Mas também foi este governo que tirou a credibilidade ao Ministério do Ambiente, transformando-o num Ministério do “sim senhor, senhores Ministros” dizendo amem a todos os outros Ministérios, sejam eles de economia, obras publicas ou outro quaisquer.
Os socialistas tornaram o Ministério do Ambiente inoperante, incapaz de assumir qualquer defesa dos valores ambientais. Estes longos 4 anos ficam marcados, também pelo assalto e ameaça a toda a espécie de bens, recursos e património natural do nosso país.

Amigos e companheiros,
2009 é um ano carregado de actos eleitorais, e o primeiro é já daqui a mês e meio. É a primeira oportunidade para os portugueses manifestarem, por acção e não por omissão, o seu profundo descontentamento com este governo, que tão insistentemente vai impondo uma politica neoliberal e vai tornando mais e mais difícil a vida à generalidade dos portugueses.
Mas, caros amigos e camaradas, sim é possível uma outra politica!
35 anos passados da revolução, o espírito e a chama de Abril está na rua.
Porque nós na CDU não somos iguais aos outros, temos uma história, um rumo e só respondemos perante os eleitores e as populações que nos confiam os seus problemas e nos dão o seu voto e a sua confiança.
35 anos passados da revolução é possível!
Desejamos um País onde os cidadãos, independentemente dos seus recursos, possam ter igualdade de oportunidades, desejamos uma mais justa distribuição da riqueza, desejamos a eliminação das permentes manchas de pobreza, desejamos o direito a um ambiente sadio, desejamos um País que produza, onde haja emprego, desejamos um País harmonioso, com um mundo rural vivo e dinamizado, com cidades sustentáveis.
Desejamos uma democracia de participação e não de exclusão.
Ecologistas, comunistas e milhares de independentes querem Abril.
É por isso que nos empenhamos com todas as nossas forças e convicções para o reforço da CDU nos próximos actos eleitorais, é não só possível mas extremamente importante para construir a mudança.
Viva a Coligação Democrática Unitária



Lisboa 20 Abril 2009

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