13/04/2009

Quando a direita autárquica revela o seu pior

O vereador do espaço público da CML quer retirar “da Praça do Marquês do Pombal os outdoors - cartazes gigantes de 8x3 metros – que, em seu entender, afectam a paisagem urbana”.
Actualmente existem outdoors de (pelo menos) quatro formações políticas: PSD, PCP, BE e MEP e o próprio vereador já lá teve cartazes seus durante a anterior campanha autárquica em Lisboa.
Ouvido o director do IGESPAR, este esclareceu que “nunca os partidos políticos pediram quaisquer autorizações (para os afixar), pois considera-se que estão ao abrigo da lei eleitoral”. Uma tese que o vereador arrisca refutar, considerando que o Instituto se deve limitar “a dar um parecer técnico”!
Porém, a utilização do espaço público para campanhas publicitárias comerciais concedidas - leia-se, vendidas - pela CML, tem também antecedentes. Ainda no último Natal, a TMN colocou umas bolas gigantescas no Marquês de Pombal e no Terreiro do Paço, enquanto o Rossio era ocupado pela publicidade às lotarias da Santa Casa.
E as autorizações da CML repetiram-se, com a Avenida da Liberdade fechada durante um fim de semana, para fazer uma demonstração de Fórmula Um, a Praça de Espanha a servir de pasto a vacas para promoção do turismo açoriano, ou a Praça das Flores ‘alugada’ e fechada aos próprios moradores pelo mesmo vereador para uma campanha publicitária de uma marca de automóveis, durante 2 semanas. Para 'satisfação' financeira do executivo municipal.


Confrontado com estes factos, o vereador confessa que iniciativas como as citadas bolas de Natal foram em seu entender ‘péssimas’, reconhecendo que a CML lançou aqueles concursos de venda do espaço público por benefícios orçamentais, ou seja, no sentido de arranjar contrapartidas para as iluminações de Natal (orçadas em um milhão de euros) e que este foi ganho por uma agência que, posteriormente, comercializou a utilização do espaço por várias marcas.
Mas, nestes casos, o referido vereador - o tal que afinal nunca fez falta à cidade - jamais se pronunciou. E deixa no ar a ameaça aos ‘mupies’ (cartazes de menor dimensão) espalhados pela cidade: como possuem um contrato válido até 2015, desde já assegura “que a intenção é que este não seja renovado” 1.
Posição política que nunca a direita
- em 35 anos, no pós-25 de Abril - se atreveu sequer a sugerir.

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