13/01/2009

Eco-comunidades alternativas à vida urbana

Há quem procure mudar de vida e ir ao encontro de outro conceito de sociedade, há quem o tenha feito e não se arrependa. Trocaram o conforto das suas casas, a estabilidade financeira proporcionada pelos seus empregos, o lufa-lufa dos meios urbanos pela descoberta de uma nova identidade colectiva. São as eco-comunidades.
Surgem sob a forma de um bairro, aldeia, cidade ou região, tendo como denominador comum um estilo de vida em harmonia com a Natureza e entre os seus membros. É assim em duas das mais antigas ecoaldeias portuguesas, nas quais é possível encontrar minorias com a ambição de criar e reproduzir modelos de paz, em comunhão com a Natureza, ou seja, sociedades capazes de sobreviver de modo auto-suficiente.
Mas o que são afinal ecoaldeias? De acordo com a definição proposta pela Rede Portuguesa de Eco-aldeias e Comunidades Sustentáveis, uma ecoaldeia é um pequeno grupo de pessoas (habitualmente entre 30 e 1000) estruturado em torno dos valores de comunidade e da ecologia. Objectivo? Conseguir a sustentabilidade, através da produção e consumo de alimentos orgânicos, utilização de energias renováveis e da construção ecológica, sempre com base no respeito pelos sistemas naturais e na preocupação em não tirar mais da terra do que ela nos dá.
No fundo, são um sistema de planeamento que engloba áreas que vão da engenharia à arquitectura, passando pela agricultura e organização social, e cujo objectivo é criar ambientes humanos sustentáveis, combater erosão dos solos, a reutilização das águas e a construção de edifícios com recurso aos materiais locais.
Em 1995, este modelo de vida chegou a Portugal, através de um grupo de mais de 50 alemães, austríacos e suíços, que se instalalaram em Tamera, uma aldeia alentejana de 134 hectares perdida em Odemira, na localidade de Monte do Cerco. A esta, junta-se a Terramada, uma quinta em Castro Marim, no Algarve, e ainda as eco-comunidades da Quinta do Arco-Íris, também em Odemira, a Quinta Cabeça do Mato e Quinta da Ribeira, em Tábua, a Luzkufuzku e a Quinta das Abelhas, na Guarda.
Em formação, estão ainda as eco-comunidades da Terramoja, na zona da Serra da Estrela, e a Shanti, na Lousã. A Quinta do Tapado, em Oliveira do Hospital, e a Quinta dos Melros, em Tábua, também duas eco-quintas onde o stress citadino não entra.
Um meio-termo entre a vida ‘hippie’ do final da década de ’60 do século passado e a tecnocracia aplicada ao meio ambiente.

Ver
www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=7505

Sem comentários: