27/01/2009

Reabilitação, repovoamento e mobilidade em Lisboa

O que será prioritário numa cidade: obras que poderão ficar para a posteridade ou mudanças na qualidade de vida ambiental dos cidadãos? Por exemplo, novas vias ou habitação renovada?
No caso do Túnel do Marquês de Pombal, se “o dinheiro que foi gasto nesta obra fosse canalizado para a recuperação das centenas ou mesmo milhares de edifícios degradados que existem por toda a cidade de Lisboa, com vista ao seu povoamento por pessoas que se vêem obrigadas a viver fora dela, conseguir-se-iam algumas vantagens não menores que as do referido túnel.
A saber: se as pessoas vivessem na cidade deixaria de haver o movimento pendular de entradas e saídas, pelo menos com a actual dimensão; se houvesse menos pessoas a entrar e a sair, o nível de poluição baixaria porque diminuiria o número de viaturas em circulação, logo reduziria também a dependência externa em relação a este tipo de energia.
Por outro lado, e provavelmente não menos importante, a cidade ficaria muito mais bonita depois de recuperados os seus edifícios, hoje degradados. E deixaria de ser, à noite, uma cidade fantasma e insegura como às vezes parece”.
Assim não sendo, a cidade continua com “os seus imóveis tão degradados como nos últimos anos (ou) mesmo, nas últimas décadas”. E não parece que (com as devidas excepções) “algum presidente ou ex-presidente de Câmara tivesse problemas de consciência por não ter feito, ou contribuído um pouco, para evitar o estado de degradação a que chegaram muitos imóveis da capital”.
Porque não, antes, inverter a degradação dos movimentos pendulares e das acessibilidades na capital, promovendo, em alternativa, o repovoamento e a própria melhoria da qualidade de vida ambiental em Lisboa?

Ler Dinis Evangelista IN
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