09/08/2009

Idas ao solário sobem oito vezes risco de cancro

O Sol é um excelente antidepressivo natural e a principal fonte de vitamina D. Os seus benefícios, porém, não ocultam o facto de ser a causa de 90% dos casos de cancro da pele. Desde 1930 o risco de ter um cancro aumentou mais de 20 vezes e, só no ano passado, foram detectados dez mil novos casos de cancro da pele em Portugal.
Para o secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, a situação é tão preocupante que se estima que uma em cada seis pessoas venha a desenvolver um cancro da pele ao longo da vida e uma em cada 60 um melanoma, a forma mais perigosa e fatal de cancro da pele. Só em 2006, foram detectados 800 novos casos de melanoma em Portugal. A tipologia mais vulgar registou 6.800 casos e o carcinoma espino-celular foi encontrado em 1800.
Os responsáveis de várias associações destacaram os perigos do solário, especialmente entre as mulheres dos 16 aos 30 anos, alertaram para o facto de “30 sessões de solário por ano equivalem a cerca de cem escaldões solares, podendo induzir novas doenças”, pois “bastam dez sessões de solário por ano, para que os utilizadores tenham oito vezes mais possibilidade de ter cancro”. Os riscos vão além dos carcinomas, envolvendo o envelhecimento precoce da pele e o desenvolvimento de cataratas.
A prevenção passa pelo uso regular de protector (factor 20) e por evitar as horas em que o sol é mais forte (11h às 17h). O uso de chapéus de sol e outros acessórios é recomendado. Mesmo fora das horas perigosas, é essencial evitar exposições prolongadas. É que, segundo especialistas do Instituto Português de Oncologia “os protectores são uma desculpa para passar mais tempo ao sol” 1.
Nada que os resultados de uma investigação publicitados num portal sobre a saúde não tenha já denunciado há mais de meia dúzia de anos 2.
Com efeito, as pessoas que gostam de se manter bronzeadas durante todo o ano e, para manter aquela ‘corzinha’, fazem sessões de bronzeamento artificial em solários, expondo-se às radiações ultravioletas do tipo A (UVA) correm mais riscos de contrair várias formas de cancro da pele. Estas conclusões resultam de um estudo realizado por cientistas e publicado numa antiga edição do Journal of the National Cancer Institute.
Os epidemiologistas alertam mesmo que esse risco é tanto maior quanto mais jovens forem os adeptos que utilizam regularmente os solários, onde “a popularidade crescente dos bronzeados artificiais entre os adolescentes e os jovens adultos é motivo para preocupação”.
Também o director do serviço de dermatologia do Instituto Português de Oncologia, afirma que “existem vários estudos, já publicados, que comprovam a existência de uma relação entre a exposição aos UVA’s e o aumento de risco de contrair cancros cutâneos”.
Que medidas a adoptar? Por isso os dermatologistas desaconselham, pura e simplesmente, “a utilização, por razões estéticas, de solários ou de outros sistemas que funcionem à base destas lâmpadas”. Como alternativas aconselham os cremes auto-bronzeadores de aplicação local, apelando para que “os sistemas públicos de saúde proporcionem as respostas adequadas” e dirigidas, sobretudo, à população mais jovem, normalmente a mais adepta destes sistemas de bronzeamento artificial.

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