13/10/2008

Aterros com capacidade esgotada

Um terço dos aterros de lixo doméstico tem 80% da capacidade esgotada, porque Portugal continua a enviar a maioria destes resíduos para aquelas estruturas, revelam dados da Agência Portuguesa de Ambiente (APA).
Dos 34 aterros em funcionamento em finais do ano passado, onze estavam quase no limite de capacidade para receber resíduos, tendo um - o de Guimarães - sido entretanto encerrado por já não poder receber mais lixo.
No final do ano passado estavam também com pelo menos 80% da capacidade esgotada os aterros de Braga (em ampliação), de Lousada e de Penafiel (optimizados para prolongar a sua vida útil), de Gaia (em ampliação), Leiria (com licença de exploração para novo aterro), Figueira da Foz (ampliação), Vila Real, Vila Franca de Xira e Portimão (estes três ainda com 20% de capacidade disponível). Daqueles 34 aterros, apenas um (Avis) tinha ainda 90% de capacidade disponível, todos os restantes tinham apenas 30% ou menos disponível.
Um dos factores que tem levado ao esgotamento de capacidade dos aterros é o facto de a maioria dos resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico) continuar a ser encaminhado para este destino, embora em alguns sistemas já se faça tratamento dos restos de comida, reciclagem de papel e cartão, incineração ou outras formas de tratamento ou eliminação.
Mais, a última monitorização da APA e do Instituto Regulador das Águas e Resíduos (IRAR) aos objectivos traçados no Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) revela que em 2007 Portugal continuou a não cumprir as metas do plano.
Mais de 60% do lixo doméstico produzido no ano passado foi encaminhado para aterro, um dado que pode comprometer as metas nacionais que Portugal está obrigado a cumprir no seio das suas obrigações como estado membro da União Europeia.
Estas metas - que resultam da transposição da directiva aterros - impõem que Portugal consiga em 2009 colocar em aterro apenas 1,126 milhões de toneladas de lixo (metade da quantidade de resíduos que produzia em 1995) e em 2016 apenas 788 mil (35% da produção de 1995).

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