A bicicleta como meio de transporte tem vindo a ganhar adeptos. Porém, apesar das preocupações ambientais, do aumento dos combustíveis e da procura de uma vida mais saudável, apenas 1% anda de bicicleta. Porque será?
Não há motivo aparente para tão fraca adesão, isto apesar de aos fins-de-semana ser normal ver grandes grupos de cicloturistas e praticantes de BTT. Aliás, qualquer prova de cicloturismo reúne, normalmente, mais de dois milhares de participantes.
Não há motivo aparente para tão fraca adesão, isto apesar de aos fins-de-semana ser normal ver grandes grupos de cicloturistas e praticantes de BTT. Aliás, qualquer prova de cicloturismo reúne, normalmente, mais de dois milhares de participantes.

Mas há outras explicações para nos encontrarmos na cauda da Europa no que diz respeito à utilização diária da bicicleta. A principal das quais dá pelo nome de Código da Estrada (CE). A bicicleta, diz o presidente da FPCUB, “não está ser encarada como um modo de transporte” e o CE “é um grande obstáculo a quem quer usar a bicicleta”, veículo que quase nunca tem prioridade. “Parece que ainda não percebemos o que está a acontecer com o preço dos combustíveis. Penso que, até por razões económicas, mais tarde ou mais cedo teremos de optar pela bicicleta”.
Com efeito, o Código de Estrada, é o ‘inimigo’ principal das duas rodas. “É a questão da prioridade, que nos prejudica bastante e, também, a obrigatoriedade de circularmos pelas ciclovias ou faixa cicláveis, que muitas vezes não estão nas melhores condições. Por outro lado, aumentam o número de cruzamentos”.
Há, efectivamente, especialistas em mobilidade que apontam diversos aspectos negativos às ciclovias, como o aumento dos cruzamentos, que é onde ocorrem 95% dos acidentes com ciclistas. Por outro lado, o traçado das cidades dificulta a implantação de ciclovias e cria um relacionamento conflituoso com os peões.
Polémicas e estatísticas à parte, certo é que o ciclismo de lazer tem aumentado de uma forma sustentada, não sendo descabido pensar que muitos dos praticantes se poderão facilmente render aos benefícios da bicicletas como meio de transporte diário 1.

Para além da falta de vontade (ou de compreensão) política, os grandes obstáculos parecem continuar ainda a ser o Código de Estrada e a circulação em segurança nas nossas estradas.
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